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PROJETOS PEDAGÓGICOS E EXPERIÊNCIAS DOCENTES:

PROJETOS PEDAGÓGICOS E EXPERIÊNCIAS DOCENTES:

COLÉGIO MUNICIPAL MARIA AMARAL GUIMARÃES GONDIM

 

 

 

 

 

 

CARMINDA LEÃO PEREIRA LARANJEIRA

 

 

 

 

 

RECREIO DIRIGIDO: UMA CIRANDA DO APRENDER

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Riacho de Santana, BA.

Março/2011

 

CARMINDA LEÃO PEREIRA LARANJEIRA

 

 

 

 

 

                                                                                                                               

 

 

 

 

 

 

RECREIO DIRIGIDO: UMA CIRANDA DO APRENDER

 

 

O presente projetotem como objetivodivulgar a experiência desenvolvida no Colégio Municipal Maria Amaral Guimarães Gondim neste ano de 2011. Este é um projeto que pretendeevidenciar o trabalho desenvolvido na escola em prol da melhoria da educação.

 

Responsável pelo projeto: Carminda Leão P. Laranjeira.

 

                                                                                     

 

Riacho de Santana, BA.

Março/2011

 

APRESENTAÇÃO

 

            O projeto que ora apresentamos trata-se de estudos realizados sobre a importância de se ter uma vivência de qualidade entre alunos e demais corpos funcionais da escola, uma vez que se faz necessário saber que o não acontecimento de práticas grupais saudáveis causa danos irreversíveis à saúde humana, comprometendo, deste modo o desenvolvimento sócio cognitivo dos estudantes e das demais pessoasinseridas num contexto desordenado e barulhento.

            Além disso, consta nesse projeto medidas traçadas com o intuito de melhorar as práticas recreativas da nossa escola a partir do direcionamento e monitoramento dos alunos alvos durante o recreio, além dos professores e funcionários desse estabelecimento, além de parcerias pretendentes entre escola e comunidade, especialmente de pais voluntários,ou ainda através de parcerias com alunos do Ensino Fundamental II da nossa escola.

            Enfim, abordamos neste documento reflexões e estratégias inerentes ao sucesso de nossa escola também em seus momentos recreativos tão importantes para o desenvolvimento integral de nossos estudantes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

JUSTIFICATIVA

 

O ambiente escolar, especialmente o contemporâneo, traz consigo características da concentração de energias oriundas de pessoas em diferentes fases da vida. Não importa se crianças, adolescentes, jovens ou adultos, todos nós que atuamos na escola nos fazemos notáveis através dos sentidos, especialmente da visão e da audição. É nessa fase da vida, principalmente para a geração tecnológica que, em meio a turbilhões de novidades, tenta acompanhar o ritmo acelerado que lhe é imposto pela tecnologia, que a maioria das pessoas convive com uma grande concentração de barulho, altamente prejudiciais à nossa saúde auditiva e emocional, acrescidas da perca da capacidade de concentração e, consequentemente, da aprendizagem escolar.

Tudo isso se intensifica quando não se direciona o momento do recreio na escola, ocasionando, assim, gritaria, corridas, empurra-empurras, entre outras maneiras agressivas de se brincar, que simplesmente acabam sendo tidas como “normais” no ambiente escolar.

Estamos convictos de que a falta de direcionamento de qualquer atividade gera a improdutividade, a inadequação dos atores sociais do meio, uma sociedade não civilizada, portanto. Sobre essa discussão, o colégio Municipal Maria Amaral Guimarães Gondim busca, através desse mini-projeto, organizar o momento recreativo de seus alunos a partir de ações que envolvam todo o corpo funcional da escola, no intuito de trazer para a instituição atividades voltadas para o lúdico-pedagógico/recreativo, capazes de transformar ações comuns em grandes potenciais no quesito ensino-aprendizagem, especialmente na educação para a cidadania e para a construção de valores positivos indispensáveis à convivência grupal.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

Muito mais que um aglomerado de estudantes, o momento dos intervalos nas escolas deveser uma atividade educadora, capaz de ampliar os conhecimentos de cidadania, de promover a disciplina, a tolerância, a solidariedade e o respeito mútuo. No entanto, o que se tem verificado ao longo dos anos são escolas que ainda não conseguiram implantar intervenções pedagógicas consistentes para a edificação de um recreio produtivo.

Sob as justificativas de que “não” se tem espaço para a realização de atividades lúdico-pedagógicas que envolvem muita gente, que o intervalo é um momento de descanso de professores, que não se dispõe de recursos humanos e / ou financeiros para a aquisição de materiais ou trabalhos, entre outros, o dia a dia dos intervalos de muitas escolas brasileiras vem sendo preenchido pela algazarra desordenada de crianças e de adolescentes de faixas-etáriasdiversas, com o agravo de desentendimentos entre alunos, estresse, irritabilidade e ansiedade. O resultado de rotinas desse tipo é o comprometimento da qualidade da educação como um todo e da saúde dos que convivem num ambiente como esse.

Um dos agressores mais visíveis é a poluição sonora. Se observarmos com atenção o que é ouvido na realidadeescolar e nos inteirarmos de pesquisas realizadas a respeito dos danos que a poluição sonora,-“Sons e vibrações que ultrapassam os níveis previstos pelas normas legais e que podem causar problemas auditivos irreversíveis ou perturbar as pessoas (...).” (Nova Escola, jan / fev 2005, pág. 28)-pode causar na audição e no organismo como um todo, compreenderemos o quanto é imprescindível cuidarmos dos sons produzidos em nosso ambiente escolar. Daí a necessidade de inserir a educação sonora na proposta curricular das escolasdesde os anosiniciais de escolaridade das crianças. Conceitos de timbre, de música, tais comobonitos, irritantes, suaves, altura, intensidade, duração, entre outros, promovem a sensibilização dos ouvidos de todos os envolvidos no trabalho da escola. Quanto mais cedo o início de estudos relacionados à música (sons), maior o benefício da aprendizagem, conforme afirma Giovana Girardi (Nova Escola, jun/jul 2004, p. 55): “A iniciação musical na Educação Infantil e nas séries iniciais do Fundamental estimula áreas do cérebro da criança que vão beneficiar o desenvolvimento de outras linguagens. (...).”.

É necessário estarmos atentos quanto à intensidade dos sons no ambiente escolar, pois, conforme enfatizamos,

 

A poluição sonora em algumas escolas é tanta que pode levar ao estresse e à perda da audição (...).

 

Barulho ensurdecedor não é só um jeito exagerado de falar. Com o passar do tempo, uma pessoa exposta diariamente a sons muito altos pode ter a audição comprometida. Máquinas, veículos e aglomeraçõestornam a poluição sonora cada dia mais intensa. E no ambiente escolar a situação não é das melhores. (...) A gritaria da turma somada aos ruídos que vêm da rua, prejudica o bem-estar de todos e deve ser evitada. (idem janeiro / fevereiro 2005, pág. 28).

 

Por mais absurdo que pareça, segundo pesquisadores, os agravos provocados pela poluição sonora chegam a ser tantos que, “A longo prazo, o ruído excessivo pode causar gastrite, insônia, aumento do nível de colesterol, distúrbios psíquicos e perda da audição, desconforto, medo e tensão.” (idem janeiro / fevereiro 2005, pág. 29). Diante disso, interrogamo-nos: não nos encontramos tão irritados por estarmos submetidos a essa situação agressora? A intolerância entre os conviventes escolares, chegando até mesmo em violência física e verbal, não está associada a esse quadro poluído? Acreditamos que sim, uma vez que não fomos preparados para convivermos com barulhos intensos e contínuos. Na verdade, não é demasiado dizer que o nosso organismo se exposto a bombardeios de sons e ruídos reage mal, pois, conforme “(...) a Organização Mundial de saúde (OMS), o limite suportável para o ouvido humano é 65 decibéis. Acima disso, o organismo começa a sofrer. (...).” (idem janeiro / fevereiro 2005, pág. 28 - 9).

É tanta sensibilidade auditiva do ser humano que...

 

(...) ‘Enquanto outros órgãos do sentido descansam durante o sono, os ouvidos se mantêm em estado de alerta’. (...) A audição funciona como um alarme, e isso tem explicação antropológica: quando o homem vivia em cavernas, ficava atento para ouvir quando um animal se aproximava. Ao percebero perigo, seu cérebroproduzia quantidade extra de adrenalina,deixando o corpo preparadopara o combate ou para a fuga. (idem janeiro / fevereiro 2005, pág. 29).

 

            A situação atual difere, incomparavelmente, quanto ao modelo social daquela época. Já não moramos mais em cavernas, já não migramosem busca de alimentos, já não somos orientados apenas pela imitação, nem pelo pensamento mitológico. Somos da era tecnológico-digital, dos móveis... Enfim, da era do progresso científico. No entanto, mesmo já não mais fugindo de nossos predadores, sabemos que o nosso“(...)sistema de defesa continua o mesmo: sempre que ouvimos um ruído alto, o nosso nível de adrenalina aumenta, fazendo subir a pressão arterial e gerando estresse instantâneo.” (idem janeiro / fevereiro 2005, pág. 29).

            Voltando-nos para o ambiente escolar, segundo divulgação de pesquisas na área, “(...) O som do pátio na hora do recreio pode chegar a 70 decibéis, causando diversos males ao organismo.” (idem janeiro / fevereiro 2005, pág. 29). Um ambiente de promoção humana, que estar para o melhoramento social, tem se mostrado reprodutor de agressões sérias a seus integrantes.  Tudo isso gera ansiedade e, especialmente URGÊNCIA em combater o problema com ações estratégicas que envolvam toda a comunidade local (escola, família, sociedade, instituições públicas, entre outros).

            Somado a todo esse agravante não se pode deixar despercebido o fato do crescimento da violência dentro das escolas. É cada vez maior o número de casos desse tipo que, na atualidade, o comportamento agressivo entre estudantes tem sido encarado como um problema universal. Infelizmente, esse problema tem sido tradicionalmente admitido como natural e frequentemente ignorado ou não valorizado pelos adultos. E isso tem dificultado as ações contra atos violentos. O que deveria ser uma preocupação de todos os responsáveis (famílias e instituições), já que estudos realizados nas duas últimas décadas demonstraram que a prática da violência, verbal ou física, pode ter consequências negativas imediatas e tardias para todas as crianças e adolescentes direta ou indiretamente envolvidos.

A violência é tida como um problema de saúde pública importante e crescente no mundo com sériasconsequências individuais e sociais, particularmente para os jovens. Portanto, nós escolasdevemos, apesar da sobrecarga, explorá-la visando o combate e a prevenção de comportamentos agressivos entre os próprios estudantes. É preciso não nos conformarmos com essa calamidade e buscarmos ações que afastem do dia a dia  da maior parte das escolas comportamentos agressivos e anti-sociais, tais como conflitos interpessoais, danos ao patrimônio, atos criminosos, etc.

Muitas dessas situações dependem de fatores externos, é verdade, cujas intervenções podem estar além da competência e capacidade das entidades de ensino e de seus funcionários. Porém, para um grande número delas a solução possível pode ser obtida no próprio ambiente escolar. Uma das medidas que acreditamos plausível é a instituição de atividades que envolvam os alunos, tornando-os mais ágeis, centrados, com melhor aptidão para as estratégias de cálculos, conclusões, inferências. Enfim, capazes de ampliar o raciocínio lógico, a sensibilidade, a tolerância, a aprendizagem integral, portanto. Uma ação importante nesse sentido são as brincadeiras. Por meio delas a escola tende a aprimorar o lado bom de cada aluno nela inserido, já que...

O momento da brincadeira é ideal para incentivar o respeito entre os colegas, principalmente quando há ideia de competição. Eles precisam entender que estão dando o seu melhor, independente de estarem em uma competição. (idem junho / julho 2006, pág. 47).

 

A brincadeira é uma representação da vida. Por meio dela, as crianças dão sentido às experiências porque passam e reproduzem sua relação com as pessoas ao redor.” (NOVA Escola, junho / julho 2007, pág. 105).

 

            Em meio a atividades recreativas, avaliações pertinentes poderão ser realizadas. Por meio delas “o professor compreende as necessidades de cada um e pensa em estímulos para favorecer a evolução deles.” (idem junho / julho 2006, pág. 46). Além disso, a disciplina, indispensáveis à aprendizagem, ganha espaço privilegiado quando se trabalha o lúdico na escola.

            É preciso que a rotina escolar contemple recreios programados em conformidade com o seu público, atendo-se para as aptidões de cada aluno, para evitar que esse momento seja mais uma das várias ações desenvolvidas sem êxito.  Sobre isso, declara Jabu:

(...) É importante (...) sempre considerar o nível da turma e considerar a diversidade. “Se o jogo ou as regras forem muito fáceis ou difíceis demais, o interesse da turma cairá. É preciso encontrar o equilíbrio e saber que algumas crianças não responderão de pronto a todas as regras.” (Marcelo Jabu, educador e autor dos Parâmetros Curriculares nacionais (PCNs) de Educação Física). (idem, abril / 2009, pág.46).

 

Assim sendo, refletindo e pesquisando conceitos e estratégias eficientes para a melhoria da recreação escolar, muitos serão os avanços em todos os campos da aprendizagem. O lugar da baderna, da gritaria e da violência será ocupado pelo respeito mútuo, tolerância, solidariedade, parceria, habilidades físicas, raciocínio lógico e outras tantas habilidades importantes para o aprendizado de nossos estudantes.  E nossa escola orgulhar-se-á ao viver esse ponto de equilíbrio e maturidade coletiva.

OBJETIVO GERAL:

Propiciar aos alunos do Ensino Fundamental atividades psicomotoras e afetivo-sociais, através da ludicidade e de jogos monitorados na hora do recreio, minimizando assim brincadeiras indesejadas que muitas vezes causam brigas e acidentes.

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

► Desenvolver valores humanos, tais como respeito, solidariedade, amizade, compartilhar e brincar com o outro.

► Oportunizar através da prática de atividades físicas um momento calmo e prazeroso durante o recreio, evitando, assim, brigas, correrias e possíveis acidentes.

► Trabalhar habilidades esportivas, artísticas culturais, desenvolvendo, deste modo, a psicomotricidade da criança.

► Resgatar a historicidade cultural através de brincadeiras e cantigas de roda já quase esquecidas na sociedade contemporânea devido à invasão de jogos eletrônicos.

► Sanar desavenças causadas por brincadeiras desorganizadas e ás vezes estúpidas.

 

METODOLOGIA:

Sabemos que o período de recreio do alunado deveria ser acompanhado desde a hora da merenda escolar até o término do mesmo. Mas isso não acontece nas nossas escolas, pois o tempo do recreio é o tempo que o professor tira para descansar.

Porem, conduzir atividades em um ambiente com mais de quatrocentos alunos não é tarefa fácil. Precisamos de muitas pessoas para essa tarefa. A ideiaé pedir a colaboração dos professores, funcionários e alunos do Ensino Fundamental II para que possamos acompanhar os alunos durante as brincadeiras no recreio.

Cada dia da semana um grupo de professores escalado, assim como os demais parceiros internos e/ou externos (alunos do fundamental II, ex-alunos, auxiliares)distribuirão os jogos e demais brinquedos disponíveis e coordenarão as brincadeiras, como pular corda, amarelinha, jogo da velha, quebra cabeça, jogo de bola na quadra, entre outras brincadeiras, durante os 30 minutos do recreio. Terminado o recreio, os materiais utilizados, assim como todos os jogos são recolhidos pelos responsáveis e guardados.

 

BRINCADEIRAS SUGERIDAS:

Amarelinha, jogo da velha, toca do coelho, brincadeiras de rua como “balança caixão” adaptadas para a escola, bambolês, peteca, arremessos, cabra-cega, bola no cesto, dominó, dama, xadrez, boliche, futebol de botão, voleibol, basquetebol, handebol, boleado,alerta, queimada, morto-vivo, pega-varetas, embaixadinha, pula-corda, gangorra, cabo-de-guerra, boca de forno, chicotinho queimado, demarré, anelzinho bem guardadinho, cantigas de roda, bodinho memé, adoleta, três, três “passará”, tênis de mesa, show de karaokê, show de calouro, entre outras conhecidas pelos envolvidos no projeto.

 

RECURSOS UTILIZADOS:

Bolas de borracha, baralho, quebra-cabeças, petecas, bolas de gude, jogos de montagem, cordas, bambolês, jogos de blocos lógicos, damas, trilha, dominós, carrinhos, bonecas, ioiôs, pega-varetas, vai-e-vem, jogos de xadrez, bolas de vôlei, de handebol, de basquete, de futsal, flautas, aparelho de DVD com Karaokê, TV,aparelho de som,CD's com músicas infantis e DVDs,microfone,tintas a óleo e pincéis para a confecção das amarelinhas e outros desafios com traçados.

 

CONCLUSÃO


         Com base nos objetivos propostos por esse projeto e na fonte teórica nele apresentada,percebemos que a Escola é de grande significância para auxiliar crianças e adolescentes também no quesito ludicidade, reforçando em nós a concepção de que é nosso dever enquanto educadores propiciar, portanto, um ambiente não só de transmissão de conhecimento, mas principalmente agradável e seguro, é que esperamos efetivar esse projeto.

Esperamos que a nossa Escola promova esse ambiente seguro e saudável, onde nossas crianças e adolescentes possam desenvolver, ao máximo, os seus potenciais intelectuais e sociais, não admitindo, pois, que sofram violências que lhes tragam danos físicos e/ou psicológicos, tampouco que testemunhem tais fatos e se calem. Para tanto, noscomprometemos, através deste, desenvolver as atividades previstas com total responsabilidade, pois entendemos também a educação como um meio de prover o pleno desenvolvimento da pessoa e seu preparo para o exercício da cidadania.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

 

NOVA ESCOLA, A revista de quem educa. Ano XXII. Nº 207 – Novembro / 2007.